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3 de Maio de 2024
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    Conheça a carreira literária da promotora de Justiça Ana Luiza Ferro

    A promotora de Justiça Ana Luiza Ferro foi uma das concorrentes a uma vaga de membro efetivo na Academia Maranhense de Letras (AML). Mesmo não ocupando a cadeira nº 5, a promotora se mostrou uma forte candidata ao pleito., que é também professora universitária, escritora e poetisa. ANA LUIZA FERRO nasceu em São Luís, em 1966. É filha única do casal Wilson Pires Ferro (professor da Universidade Federal do Maranhão - UFMA) e Eunice Graça Marcilia Almeida Ferro (contabilista). A bagagem literária da promotora é ainda mais reforçada por seu histórico curricular. Ela é formada em Letras (UFMA) com habilitação em Língua Inglesa. No mesmo ano, iniciou o curso de Direito, pela mesma instituição, e fez o Curso La Enseñanza de La Traducción, promovido pela San Diego State University, da Califórnia, Estados Unidos, realizado no âmbito da UFMA. Na condição de bolsista do Rotary, fez novos estudos de pós-graduação na área de Inglês, com foco em Literatura, na University of Oregon, em Eugene, Estado do Oregon (EUA), no ano de 1991. Graduou-se em Direito em 1993. Mestra e Doutora em Ciências Penais, é fluente nas línguas inglesa, francesa, alemã e espanhola.

    Carreira Ministerial

    Ana Luiza Ferro já respondeu pelas Comarcas de Icatu, Olho D'Água das Cunhãs e São Mateus, como substituta; e nas Comarcas de Carutapera, São Mateus, Viana e Caxias, como titular. Foi Promotora Eleitoral de diversas zonas e tornou-se titular da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Caxias a partir de abril de 1998, mediante promoção por merecimento. Hodiernamente. Atualmente, ela é titular da 16ª Promotoria de Justiça Criminal da Comarca de São Luís, de entrância final, para onde foi promovida em 2009, além professora da Escola Superior do Ministério Público do Maranhão e integrante da Comissão Gestora do Programa Memória Institucional do Ministério Público do Estado do Maranhão.

    Já foi agraciada com o "Prêmio AMPEM", em três edições (1997-1999), e, em sequência, com o "Prêmio Márcia Sandes", em suas edições 2001, 2003, 2004, 2006, 2007 e 2008, concedidos pela Associação do Ministério Público do Estado do Maranhão - AMPEM aos autores dos trabalhos jurídicos mais destacados. Recebeu, ainda, a Comenda Arcelina Mochel, outorgada pela AMPEM, pela passagem de quinze anos de serviços prestados ao Ministério Público, em 2009.

    A literatura

    É Membro efetivo da Academia Maranhense de Letras Jurídicas (AMLJ), ocupando (coincidentemente) a Cadeira nº 5, desde 2004, e Membro de Honra da Sociedade Brasileira de Psicologia Jurídica - SBPJ. Foi eleita membro da Academia Caxiense de Letras - ACL, ocupando a Cadeira nº 9 - fundada pela poetisa e cronista Dinir Alves Costa da Silva.

    Ana Luiza Ferro é autora de nove livros, sendo seis jurídicos e três de poesias: Versos e anversos (Belo Horizonte: Mandamentos, 2002), O Tribunal de Nuremberg (Belo Horizonte: Mandamentos, 2002), Escusas absolutórias no Direito Penal (Belo Horizonte: Del Rey, 2003), Robert Merton e o funcionalismo (Belo Horizonte: Mandamentos, 2004), O crime de falso testemunho ou falsa perícia (Belo Horizonte: Del Rey, 2004), Interpretação constitucional: a teoria procedimentalista de John Hart Ely (Belo Horizonte: Decálogo, 2008), Quando: poesias (São Paulo: Scortecci, 2008), A odisséia ministerial timbira: poema (São Luís: AMPEM, 2008) e Crime organizado e organizações criminosas mundiais (Curitiba: Juruá, 2009). Possui diversos artigos jurídicos e peças processuais publicadas em livros e revistas especializadas, entre as quais a Revista dos Tribunais, a De Jure - Revista Jurídica do Ministério Público do Estado de Minas Gerais e a Revista do Ministério Público do Estado do Maranhão - Juris Itinera, além de crônicas e artigos veiculados no Jornal O Estado do Maranhão. A obra Crime organizado e organizações criminosas mundiais (2009), de sua autoria, a levou a ser uma das entrevistadas do Programa Jô Soares, da Rede Globo, no ano passado.

    Com tantas ocupações e detentora de uma bagagem jurídico-literária indiscutível, a promotora já tem pronto o conteúdo de um novo livro de poesias, que deverá ser até o início de 2012. Ana Luiza falou com exclusividade, para a AMPEM, sobre como conciliar a arte da literatura e os deveres de promotora de Justiça.

    Confira a entrevista:

    AMPEM: Como a senhora avalia o cenário cultural maranhense? ANA LUIZA: A produção literária maranhense está vivendo um ótimo período, prolífico, uma espécie de renascimento da "Atenas Brasileira", contando tanto com nomes consagrados como Ferreira Gullar, Nauro Machado, Arlete Nogueira, José Louzeiro, José Chagas, Luís Augusto Cassas, quanto com novos talentos, representando os mais variados estilos, tendências e experiências. Agora o apoio das autoridades à cultura maranhense é precário e, infelizmente, pouco estimula a sua expressão e afirmação no contexto local e nacional.

    AMPEM: Como a senhora concilia o cargo de promotora de justiça e a arte de escrever? É uma forma de demonstrar seus anseios? ANA LUIZA: Ser Promotor é uma forma objetiva de perseguir a realização da Justiça, fazendo uso, na maioria das vezes, da escrita. Já a escrita como arte é uma maneira de interpretar o mundo e uma forma subjetiva de buscar a Justiça e denunciar as injustiças nas coisas. É como se a poesia me remetesse a outro mundo, onde o sonho vai além do horizonte da realidade. Portanto, a profissão e a escrita literária se completam.

    AMPEM: A senhora vê a escrita como arte, vocação ou missão? ANA LUIZA: Vejo a escrita como arte, vocação e missão. A escrita é uma arte quando envolve o esforço, a partir de um olhar estético voltado para o ético, de pôr as palavras e as frases na melhor e mais bela ordem, lembrando Samuel Taylor Coleridge na sua definição sobre a prosa, para a expressão de uma visão subjetiva do mundo. É uma vocação, porque, a partir de algum ponto da vida, alguns se sentem chamados a usar a palavra escrita, ora como grão para semear um campo, ora como espada para defender uma causa, ora como ferramenta para construir um novo olhar sobre a realidade. E é uma missão, porquanto, no meu caso, como Promotora de Justiça, a escrita é um instrumento indispensável para o esforço de promoção da Justiça, dos interesses sociais e coletivos nos domínios forenses e extrajudiciais, e, como amante da literatura, ela é um meio privilegiado de busca e concretização do ideal de Justiça no mundo.

    AMPEM: A senhora pretende ser uma representante do Ministério Público do Maranhão, participante ativa nesta seara? ANA LUIZA: Sim. A candidatura para uma Cadeira patroneada por Celso Magalhães é intencional nesse sentido. Pretendo ser a voz do Ministério Público do Maranhão na Academia, que, nesse ponto, não é representativa, pois não tem, hodiernamente, em seus quadros, qualquer membro do Ministério Público, apesar das relevantes contribuições de representantes de nossa instituição à cultura e literatura maranhense ao longo do tempo. Também pretendo ser mais uma das poucas vozes femininas da Academia, igualmente pouco representativa em termos de gênero, pois há, hoje, apenas três mulheres Acadêmicas.

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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/conheca-a-carreira-literaria-da-promotora-de-justica-ana-luiza-ferro/2785077

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